Quem acompanha as minhas narrativas, vai logo identificar o Valdevino
como um bom amigo, em quatro, ou mais postagem ele aparece em primeiro plano,
deveras.
Foi um amigo mais velho que eu admirava e acabou virando um amigo do
peito.
Também notará o leitor que, em várias aventuras o Lourival dá o ar de
sua graça, cito a postagem "Rebola Sebastião, rebola" e outras.
Os dois moravam no 12, a história dos dois era parecida com a história
de muitos dos meninos que foram abandonados e conduzidos ao Instituto Sampaio
Viana, de lá seguiram uma triagem em alguma das várias dependências da FEBEM e
posteriormente mandados ao Educandário Dom Duarte, feito a história
de milhares de crianças.
O Valdevino tinha uns três anos a mais da minha idade e o Lourival, uns
meses mais novo que eu.
Ao primeiro, Deus deu o dom da habilidade nos esportes, ao segundo coube
à fidelidade e não se apartavam nunca, os dois.
O Lourival era para o Valdevino uma espécie de Sancho Pança, um
cavalariço fiel, qualquer um que os via, tinha a certeza que aquela amizade
vinha de outras encarnações.
Juntos no Educa, viveram suas vidas e cresceram, como manda a natureza
humana, cada qual com seus jeitos e modos.
Em épocas de saída, já adultos, foram pras suas vidas, cada qual pro seu
lado.
O Lourival formou-se e constituiu família e bateu-lhe a curiosidade de
saber da própria história, de posse de seus documentos procedeu a uma
investigação por conta própria.
Descobriu que a mulher que o havia deixado aos cuidados do Sampaio
Viana, já havia feito a mesma coisa anos antes, vasculhou tudo e descobriu que
o seu melhor amigo do colégio era, na verdade, seu irmão mais velho.
Porém, já se fazia tarde demais, por esses tempos o Valdevino já havia
perdido a alma e dependente das drogas, havia virado um andarilho no centro de
São Paulo, meses depois partiu dessa vida.
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