terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fazendo historia


É verdade que, o que unia a todos os internos, sempre foi o futebol, quando o Grêmio Educandário entrava em campo, todos esqueciam suas diferenças territoriais e seus times do coração e, torciam pelo time preto, que uniforme lindo.
Mas num belo dia, acabou-se o time.
  E passamos a nos reunir nos bailes ou, nos jogos de futebol, nos jogos era complicado, posto que, nem todos torcíamos pro mesmo time.
  Então, numa tarde de muito sol, dispensamos a matinê de Pinheiros e fomos assistir o clássico no Morumbi, 
na época, o Santos era a segunda maior torcida de Sampa e, eles tinham "os meninos da vila" (Juari, João Paulo e sei lá quem mais) e...o Corinthians, sempre forte. 
  Eramos, no total, uns vinte menores, meio a meio, entre Corinthianos e Santistas e, por sermos todos amigos, saímos juntos do E.D.D, na saída, pegamos no pé do seu Felipe(o porteiro), que era São Paulino, entramos no buzão na maior algazarra, feito uma torcida só, primeiro gritavam os maloqueiros, depois as viuvinhas e para não ter que ir até a Paineiras e pagar outra condução, (pagar é força de expressão) descemos na Raposo Tavares, no posto Batalha,  perto do parque da Previdência, ali tinha um acesso prum escadão, que, entre as arvores levava direto pra avenida Elizeu de Almeida, íamos bagunçando o caminho todo, jogando pedras no gatos, tocando as campainhas das mansões e arrancando os retrovisores dos carros e, é lógico, entoando cantos de guerra, cada turma do seu time.
  Na avenida Elizeu de Almeida(que não era canalizada) havia um córrego largo, para atravessa-lo, tinha-se que, passar por uma ponte feita de toras de madeira.
  Esse era o ponto que haveria a separação das torcidas, é provável que só nos veríamos no dia seguinte, O Valdevino gritou que os Santistas tinham o direito de sair na frente, o Zé Almir questionou esse direito, eu apoiei o Zé, o Lourival apoiou o Santista...Bafafá formado, então decidimos da forma mais democrática do mundo, o Valdevino pediu par e o Zé Almir pediu impar, perdemos, o Corinthiano chamou uma melhor de 3, perdemos de novo, os Santistas sairiam primeiro, os Corinthianos esperariam um tempo.
  Ficamos ali, uns 10 minutos, e saímos.
  Quando chegamos na ponte, vimos a coisa mais surreal de nossas vidas.
  Centenas de torcedores dentro da lama, não tinha branco e preto ou preto e banco, todos eram de uma só cor, marrom.
Nesse dia o Timão ganhou de 2x0, dois gols do Palhinha, ficamos um mês zoando a cara dos Santista.

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