sábado, 14 de dezembro de 2013

A festa da Liga

A festa da Liga.
  Era um evento, que acontecia sempre na última semana de cada ano e servia pra unir, em comemoração os 2 colégios administrados pela Liga das Senhoras Católicas, faziam-se apresentações de coral, teatro e a fanfarra e encerrava-se sempre com o "bode". um saco tamanho família, que continha doces e brinquedos.Servia também, como rito de passagem para os meninos da Casa de Infância do Menino Jesus, que passavam a conhecer de perto, onde iriam passar a viver.
 Como eu, todos os meninos, que vinham da C.I.M.J tinham dificuldades em encarar a nova realidade, pois eles vinham de um colégio administrado por freiras, por consequência, acabavam sendo as vítimas prediletas no Bullings, onde impera a lei do mais forte, o que vacila é perdedor.
  O que explica o fato de esses meninos ficarem sempre juntos.
 Sempre foi assim, mas na festa de 1976, a coisa piorou de vez e, logo na minha vez.
  Havia na Casa da Infância, um freira espanhola, de nome Lourdes que, empolgada com os musicais progressistas da Broadway, resolveu que naquele ano, os meninos iam apresentar uma peça, ao invés do habitual coral de sempre.
 Ah, ainda me lembro dos ensaios, o negócio seria...tipo HAIR, tudo colorido, musicado e tudo mais.
  Faltando poucas semanas para a apresentação, a madre Dolores nos apresentou a vestimenta da peça...meias calça com brilhantes.
  Sartei de banda.Se tem uma coisa que um guri não precisa, quando está pra entrar no inferno é, por em dúvidas a sua sexualidade, foi por conta disso, que eu disse, pra santa madre Lourdes que, por dinheiro nenhum no mundo, eu ia entrar num palco, vestido em meias calças.
  Na sua inocência, a freira achou que nos ajudava,
  Eu estava nas cadeiras, do teatro, quando meus amigos passaram, em direção ao palco, fiquei com tanta vergonha quanto eles, a peça foi uma vaia só, do início ao fim.
Em Fevereiro de 1977, a Kombi do seu Paulo deixou eu, o meu irmão Nilson Victorino, o Sebastião, o Helio, os irmãos Adalberto e Gilberto Camargo e o Luis Sergio, em frente ao pavilhão 14, enquanto estávamos na fila da rouparia, os meninos, já se perguntavam, quais de nós, haviam dançado na Festa da Liga.

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