sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Cesar o que é de Cesar


Nunca gostei de criticar, penso até que tive sorte, se olhar a multidão de almas que se perderam por conta desse estilo de administração, nada do que eu sofri me fez virar contra o mundo, sempre fui ciente de que o que tinha me colocado naquela condição foi o fato de eu ser órfão e nessa condição, eu nunca aspirei coisa diferente, mas durante a minha vida, dentro e fora da instituição fui testemunha das consequências devastadoras deste tipo de tratamento, pessoas que saíram do internato direto pra Casa de Detenção.
Pura e simplesmente por não saberem viver em sociedade...durante a sua infância e adolecência não foi lhe dado qualquer noção de moral, até pelo contrário, durante esse tempo ele teve plena certeza que era um pária, ou os casos mais comuns de total despreparo para a vida em família e social, tem muitos casos de ex-internos que se tornaram andarilhos, e os que enlouqueceram por, de uma hora pra outra terem que viver sua vida sozinhos.
Não tenho a intenção de sujar o imaculado nome da Liga das Senhoras Católicas, que hoje atende pelo nome de Liga Solidária, creio até, que lá nos seus castelos de luxo, podiam nem saber do que acontecia no Educandário Dom Duarte, aí eu teria que dizer que essas senhoras não era mandantes de todas as violências que aconteciam ali, eram alheias...e na minha opinião é muito pior, posto que, faziam seus nomes e da instituição e não se davam conta que as pessoas encarregadas de tomar conta dos órfãos(na grande maioria) eram pedófilos, extremamente violentos e analfabetos. Ou será que o Odilon, o larista do pavilhão 14, que andava com um 38 na cintura e não sabia assinar o nome não teve que preencher uma ficha cadastral para cuidar de 45 meninos?
E ainda some-se a isso o trabalho escravo na Olaria, onde, com 10 anos eu carregava tijolos crus, num carrinho de mão e caso derrubasse a produção ou atrasasse o cronograma, o Luís Paulo, capataz ( pago pela LSC) dava dois bolos em cada uma das mão, com uma palmatória, toda ornamentada de madeira e borracha.Vangloriava-se de que os detalhes de borracha era especial para não marcar a pele. O Luís Paulo, alias foi um desses ex-internos que não souberam viver fora do colégio e voltou como funcionário, para vingar em nós o que tinha sofrido na mão dos malfeitores da sua época.

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